Natureza nossa pátria
As matas respiram,
os homens enxergam, o oxigênio abastece os pulmões, somos seres vivos. Abro trilhas, vejo matas, espinhos ferem, respiro bem. Abro trilhas, os galhos reclamam, o choro vem, como as lágrimas de um choro. O corte é profundo, a resina aflora, o choro vem, o homem ganha. Grito alto, ninguém ouve. Somos sós, somos fracos, o sim, o som é maior. A fotossíntese é perfeita. O homem é neutro, o cheiro é do indivíduo. Quem reclama obedece. A água é fresca, corre pedras abaixo, molha os pés, as folhas nascem. O ar puro vem, o respirar é puro, os seres precisam, somos iguais. O vento nasce, a brisa sopra. O frescor puro é remédio, somos seres. O andar é jovem, o maltrato não é sábio. O mato chora sua inocência. A abelha colhe, o beija-flor, beija a flor, o mel é remédio, o beijo é prazer, é amor. Todos falam, todas defendem, eles mesmos autorizam, o voto para o corte. Somos fracos pelo verde, o poder é o dono. Parece até que é o dono, sempre rebate, sempre autoriza. O comercio é forte, o dólar paga. A miséria reclama, reclama porque não sabe nada. Ouço um grito, o animal conhece, o covarde sorria, a natureza sofre calada. O ato o satisfaz, eleva o ego, brinca e chacoteia, tudo é nosso, ninguém manda. Ouço o canto, a perdiz cala, corre e ninguém a proteja, seu corpo tomba. A fome agradece, o patrão exige, a tarefa é completada, o suor agradece. O corpo tomba, o sono é pesado, a tarefa o espera, o patrão agradece. Somos assim, esperam o lucro, o prestígio é certo, o podre agradece. A água seca, o mato não há. Anos passaram, o ar já não é mais puro! Até quando?
Jose Hilton Rosa
Enviado por Jose Hilton Rosa em 02/12/2008
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