Perdi a esperança na abobrinha
prefiro o amor da berinjela
sinto o vigor do jiló
o pimentão, nem olhei
prefiro acolher a sensibilidade dos abacaxis
refiz meu apetite pelo agrião
imploro pela alface americana
o pepino me faz recolher
a cenoura me faz medo
a batata toda empolgada, se oferece
a acelga, muito formosa, pego um maço
a mostarda muito verde e viçosa, me faz egoísta
o repolho grande e verde musgo, engana com seu sabor nutritivo e suspeito
o tomate, agora viçoso e brilhante, arrogante como se fosse internacional
o arroz e o feijão, não quero descriminar
o tomate fantasiado de italiano, com o talo, é convidativo
o abacaxi formoso, cativa os olhos do sulino
o chuchu encanta
batata doce conquista pelo sabor
a salsinha faz companhia em toda cozinha
rejuvenesço olhando o canteiro de couve pela janela.