Chico é um homem desconhecido. Quem o conhece bem é o padre da paroquia, na cidade próximo onde mora. Uma casinha no meio do mato.
Não olha e nem cumprimenta as pessoas. Dizem que ele tem medo de homens, mulheres e até de crianças.
Passava pela estrada, seguido por seu cachorrinho vira lata. Parou, olhou para o alto, ficou admirando, quando me viu, balançou a cabeça e seguiu.
Corri e parei onde ele estava olhando, olhei para o mesmo lugar. Avistei nas nuvens a figura de Maria, com o menino Jesus no colo. Essa imagem foi se desfazendo e formando outras figuras. Animais parecidos com aqueles do presépio da igreja onde o Chico tem o costume de falar com o padre antes da missa.
Falavam que ele gostava de padres. Todo domingo ele ia para a cidade. Chegava a tempo de encontrar o padre antes de começar a celebração da missa.
Chico não entra na igreja. Volta caminhando para sua morada, depois que beija as mãos e fala com o padre.
Pega nas mãos do padre, beija-as e pede uma benção.
O padre sempre o recebe e lhe dá a atenção necessitada. Chico ajoelha na frente do padre abaixa a cabeça. O padre coloca as mãos sobre sua cabeça e reza alguma oração.
Era o amigo, o pai que aconselha no seu dia a dia.