Mãe terraTerra sagrada, mãe Santa terra, tem o mundo para o homem plantar Perto de mim, querem tudo dizimar Quero apenas minha terra amar Todo rio querem represar
Energia em nome do povo produzir Em nome do desenvolvimento Esquece os outros inventos Sem o represamento pode produzir
Com o verde sofrido O capim queimado A terra vitrificada A morte dos bichos escondida
Lavrador de pés no chão Não tem água para lavar Esperando a chuva para plantar Chega outubro não vem mais não
Toda manhã com a enxada nas costas Uma água na cabaça Lavrador com sua raça Não precisa de nenhum domador
Toda tarde no caminho de casa Suor seco e vontade do descanso No remanso um banho refrescante Produzindo para o sustento avante
Por aqui ou por lá Não me deixam trabalhar Escondido sob uma lona escura Correr por aqui ou por lá Atrás de mim querem matar
A voz das águas me ensina Um sonho? O que vejo? Algo me diz e eu escuto O planeta esquenta, há risco de morte.
(* Está no livro Nós da poesia edição 9)
Jose Hilton Rosa
Enviado por Jose Hilton Rosa em 02/04/2024
|